A moda agora pode ser a culinária caseira

Houve o tempo dos sushis da Califórnia. Depois, o fenômeno brasileiro, o rodízio de sushi. E os famigerados temaki. A curiosidade pelo kaiseki. Ou a corrida pela alta gastronomia japonesa, que nestes momentos de crise, estão quase desaparecendo. Ano passado, vimos a explosão do ramen bem feito, acontecimento que parece continuar e pode provocar a abertura de novas casas especializadas em um prato só. Nesse percurso de tendências, chama a atenção uma iniciativa singela, promovida pela Kaminari Comunicação, do jornalista Jhony Arai, que em parceria com Marlene Fukushima, que se lança no mercado como cozinheira do buffet Hanayori, propõe algo inusitado: a culinária caseira japonesa.

São pratos básicos, simples, para se comer no dia a dia. A proposta é uma oficina, onde todos participam do preparo de sete pratos e termina num delicioso almoço de domingo.

A data: dia 6 de agosto. Ao invés de irmos a um restaurante neste dia, reservaremos a manhã toda para preparar o nosso próprio almoço.

O cardápio proposto é um trivial Teishoku, uma espécie de prato feito japonês. O gohan (arroz japonês sempre quentinho), missoshiru (sopa de soja) e tsukemono (conserva de pepino, gengibre e pimenta) são itens fixos e os demais variam. No menu da oficina, os participantes ainda vão aprender a fazer o yakizakana (anchova grelhada), cozido de inhame (imo no nikkorogashi), kinpira gobo (bardana refogada) com gergelim e a sobremesa oshiruko (feijão azuki com açúcar servido com dango)

Anchova grelhada. Foto cortesia: Kaminari Comunicação

A ideia da oficina é proporcionar uma experiência gastronômica lúdica e didática. Mesmo quem não tem experiência vai ser capaz de participar. Todos vão manipular os ingredientes e aprender o passo a passo do modo de preparo. Ao final, os pratos serão compartilhados em um almoço de confraternização. O valor é de R$ 290 (inclui apostila de receitas, ingredientes e o almoço).

“A comida japonesa caseira é a tradução do comfort food. São pratos simples, com ingredientes da estação, em pequena quantidade e bastante variada, que alimentam o corpo e a alma”, afirma Marlene Fukushima, cozinheira e proprietária do buffet Hanayori, que aprendeu a cozinhar com a mãe, ainda menina, e vai ministrar a oficina.

Arroz e misoshiru: o básico do básico. Mas muitos não sabem preparar. Muitos restaurantes também pecam neste quesito essencial. E até escrevem errado. É misoshirU. Nunca misoshiro, como muitos restaurantes, blogs e críticos escrevem.

A cozinheira promete dar dicas e ensinar truques. Mesmo o preparo de um simples arroz japonês, que não utiliza temperos, tem seus segredos na hora do cozimento. Até a quantidade de água varia, conforme o tipo de arroz. A chef vai ensinar o caminho das pedras de cada um dos pratos. Além disso, ela vai mostrar em quais recipientes cada prato deve ser servido. A escolha e onde comprar os ingredientes também está previsto na oficina. “Pode vir que vai ser divertido”, diz.

Cardápio