Rangetsu of Tokyo e Shintori, dois templos da gastronomia japonesa encerraram suas atividades recentemente, em São Paulo, cidade que concentra o maior número de restaurantes japoneses no Brasil. Desta vez é o Sakagura A1, comandado pelo chef Shin Koike, que fecha definitivamente as portas no dia 14 de maio, depois de 5 anos de atividade. O mercado de restaurantes que praticam um serviço de alta qualidade, com tíquete médio alto, de três dígitos, está em crise. É uma realidade, consequência da retração do consumo. O público realmente tem preferido frequentar estabelecimentos que ofereçam comida de boa qualidade mas como preços acessíveis. É o caso dos botecos izakaya, que vivem dias de glória. Ou casas especializadas em um único prato, como é o caso do Jojo Ramen, com filas diárias que chegam a 4 horas de espera.
Shin Koike confidencia que “é melhor fechar as cortinas enquanto é possível andar”. É um encerramento sereno. O Sakagura A1 foi importante para o cenário gastronômico paulistano porque preservou a autenticidade da culinária japonesa, especialmente no balcão de sushi, mas ousou uma cozinha autoral cheia de paixão. Foi um laboratório para o chef Shin, que gosta de harmonizar ingredientes brasileiros com temperos japoneses. O balcão de sushi já foi comandado por Katsuhiro Kobayashi, vindo de Sapporo, ao norte do Japão mas encerra com Celso Amano, campeão mundial do World Sushi Cup 2016. Por conta desta premiação, Celso ganhou uma bolsa e viaja para o Japão, onde irá permanecer durante 8 meses para um aperfeiçoamento em sushi.
Já Shin Koike continua no Brasil, tocando seu novo restaurante no Rio de Janeiro, que leva o seu nome, e pretende dar consultorias na área gastronômica, até ganhar novo fôlego para abrir outro estabelecimento, no ano que vem.