Japn’Soul?! surge para mudar a imagem do oriental na música brasileira
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Tem Japa na música brasileira!
Um estilo pop romântico inspirado no melhor da música negra americana e brasileira entre as décadas de 1970 a 1980. Um som que embala apaixonados ou simplesmente quem gosta de curtir uma boa música e sair dançando por aí. Uma voz que conquista no primeiro timbre. Um músico que surpreende no palco, não só pela elogiada performance e a levada soul, mas por ser de origem oriental. Um japa, nascido e criado na zona norte de São Paulo, que foi fisgado ainda cedo pela black music.
Este é Rogério Harada, cantor e compositor que acaba de lançar seu primeiro álbum, “Japn’ Soul”. Foi uma longa caminhada até aqui. Por seu estilo marcante, Rogério é conhecido nas noites paulistanas. Já são 16 anos de estrada. Nesta jornada, ele conheceu e tocou com muitos músicos da pauliceia desvairada e escolheu os melhores entre eles para compor sua banda, a Jap.
Formada por Daniel Moro (teclado), Fábio Porpeta (bateria), Fabinho Santana (baixista), Guilherme Scabin (guitarra) e Maurício Zandona (guitarra), a Jap dá o toque refinado ao balanço suave de Harada. E é difícil não se deixar levar pela pegada destes rapazes.
São duas as músicas de trabalho: “Coisas que a gente faz tão bem”, um convite para curtir a vida (a dois) sem se importar com o amanhã, e “No Inverno dos Seus Olhos”, que esquenta qualquer coração. Mas há como se surpreender mais ainda com a instrumental “Colírio para as Noites Mágicas do Pirajá” ou a dançante “Manhãs de Janeiro”. Enfim, o Japa tem, sim, muito groove.
“A música despertou em mim ainda muito cedo. Eu saía da zona norte para visitar parentes na zona sul de SP”. No rádio do carro do meu pai, ouvi pela primeira vez “Float On” [The Floaters]. Ela tocava sempre e me contagiou. Tinha 4 anos”, conta Rogério. Daí para frente, ele foi conhecendo, se aperfeiçoando, soltando a voz.
Apesar da influência do soul, do funk e do jazz, ele faz questão de frisar: “Meu som é pop, sempre foi. É um pouco mais sofisticado, mas é pop. Gosto de refrão! Minhas influências, além do soul e do funk, são bandas que fizeram sucesso de 1978 a 1985. Aqui no Brasil, gosto de Cassiano, Tim Maia, Lincoln Olivetti, adoro Roupa Nova e também Dudu França”. Nesta lista de feras, também estão nomes como Curtis Manfield e Marvin Gaye.
É, a bagagem de Harada é pesada. Quem pensou em karaokê está para lá de enganado. Mais da metade do álbum de 12 faixas é assinada pelo músico, o restante é parceria dele com alguns amigos. Um bom exemplo é a deliciosa “Vem Brilhar” que o artista compôs com o ator Felipe Folgosi. Já pensou em um japa com muita suíngue¿ Então, escute Japn’Soul?! antes de tirar qualquer conclusão apressada.
Janaína Nunes
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