Ozouni pra começar o ano: tem no Aizomê

Ainda dá tempo para curtir o ozouni, o ensopado de moti, bolinho de arroz feito com arroz glutinoso, que os japoneses tradicionalmente comem no primeiro dia do ano. É um ritual sagrado, repetido desde os tempos medievais. O moti é oferecido aos deuses no limiar do ano novo, em agradecimento pela boa colheita do arroz. E no primeiro dia do ano, compartilha-se este bolinho acreditando que ele trará mais prosperidade.

Você pode ler mais sobre o moti aqui.

Há dezenas de receitas de ozouni. Cada região do Japão tem sua maneira própria de preparar. Em São Paulo, o único restaurante que está oferecendo o ozôni até o final de janeiro é o Aizome, hoje comandado pela chef Telma Shiraishi. É uma boa oportunidade para fazer uma imersão nas tradições do Japão.

Normalmente, o caldo do ozouni é um dashi (o caldo essencial, feito à base de alga kombu e flocos de peixe bonito seco), ou para quem preferir, de shiromissô, o missô branco, mais encorpado.

A versão da chef Telma Shiraishi tem vários diferenciais, transformando o ozouni numa iguaria especialíssima. Para começar, o caldo leva pato e além dos vegetais tradicionais como o nabo, a cenoura, a bardana, acelga, espinafre horenso e cebolinha, recebe um toque especial de miôga (a flor do gengibre-mioga) , que está em tempo de floração, a folha mitsuba e cebolinha. Já o moti foi especialmente preparado por Marisa Ono, pesquisadora de culinária e autora do blog Delícia. São dois tipos que vem na tigela: um tradicional, o moti branco, e o outro é verde, feito com yomogui, a Artemísia, mas importada, que tem mais aroma, segundo Marisa Ono.

O ozouni vem à mesa nesta panelinha de ferro fumegante, onde é finalizada a preparação.

Um rico ozouni com tenros pedaços de pato e dois motis especiais.

Este ozouni pode ser pedido a la carte (R$ 40,00) ou incorporado ao omakase, a sequência proposta pela casa, no almoço ou no jantar, mas somente até sexta feira, dia 31.

Curta aqui, o novo site do restaurante Aizomê.

No Aizomê você encontra também o livro “A Cor do Sabor: A Culinária Afetiva de Shin Koike” (editora Melhoramentos), que conquistou o segundo lugar na categoria Melhor Livro de Gastronomia Japonesa, no Gourmand World Cookbook Award 2013.