“Marie Claire” mostra as conquistas das descendentes de japoneses

Revista dedica a edição de julho aos 110 anos da imigração japonesa e à influência do Japão na moda e na beleza

Resenha por Chiaki Karen Tada especial para Jojoscope

A atriz Ana Hikari, a apresentadora Sabrina Sato e a modelo Maryel Uchida estampam a capa da revista Marie Claire de julho, que faz uma homenagem aos 110 anos da imigração japonesa no Brasil. As reportagens de comportamento, artes, moda, beleza e cultura trazem rostos, histórias e o trabalho de mulheres que mostram a diversidade, os desafios e as oportunidades que a vinda dos japoneses trouxe ao país.

Sabrina usa vestido Louis Vuitton e botas À La Garçonne Foto: Fabio Bartelt (Monster Photo)

Diversas faces do universo feminino aparecem, tendo como fio condutor essa história em comum, envolvendo trabalho, valores, família, bem como preconceitos e estereótipos que ainda persistem. Sabrina Sato, por exemplo, conta, em entrevista, sobre as lembranças e importância da avó descendente de japoneses em sua vida. E fala das dúvidas que surgiram pelo fato de ser asiática (por parte de mãe) enquanto ia atrás do sonho de trabalhar na televisão. De um jeito único, ela mostra que lutou pelo seu objetivo, enfrentando o desconhecido e a distância da família – assim como fizeram seus avós.

Também única é a forma como vivem as mulheres da comunidade Yuba, no interior paulista, que trabalham durante o dia na lavoura, no cuidado com os animais e em outros afazeres, enquanto à noite se reúnem com todos os membros do grupo para se dedicar à arte, como música e dança. Os valores de simplicidade e coletividade que regem a comunidade encantou a estilista Fernanda Yamamoto, que desenvolveu uma coleção baseada nesse jeito de viver. As peças foram apresentadas na São Paulo Fashion Week, quando oito mulheres de Yuba foram convidadas a desfilar na passarela.

A gastronomia, é claro, não fica de fora dessa edição, com uma reflexão do blogueiro Marcelo Katsuki sobre os rumos que a culinária japonesa tomou pelo mundo, inclusive no Brasil (como a invenção do sushi de goiabada e o temaki de estrogonofe).

Outros nomes que marcam presença na revista são: as ceramistas Hideko Honma e Kimi Nii, a atriz Cristina Sano, com um emocionante depoimento sobre a síndrome do pânico, a ex-executiva e atual membro do conselho da Japan House, Angela Hirata, e a cantora Fernanda Takai, falando sobre seu novo trabalho. Mas também há novos rostos do mundo das artes, da gastronomia, da literatura, que vale a pena conhecer.

Fernanda Takai foto: Weber Padua

A influência do Japão sobre a moda e a beleza aparece na forma de cosméticos, maquiagens, tratamentos de beleza e ensaios fotográficos. E há reportagens sobre a longevidade dos habitantes de Okinawa e os melhores lugares para alimentar o Instagram em Tóquio.

É uma revista onde se vê o esforço da equipe em fazer uma bela homenagem aos imigrantes e ao Japão. Até na busca por colaboradores foram chamados profissionais, entre maquiadores, designers e fotógrafos, que são descendentes dos imigrantes. Vale folhear, para descobrir faces modernas das descendentes de japoneses no Brasil.

Maryel Uchida, Ana Hikari e Sabrina Sato Foto: Fabio Bartelt (Monster Photo), Edição de Moda: Larissa Lucchese
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