Oniguiri x Oniguirazu

O oniguiri, todo mundo conhece, é aquele bolinho de arroz, que pode ser recheado ou não e é um ótimo acompanhamento para os obentô, as marmitas japonesas. Dizem que o oniguiri é a comida afetiva por excelência dos japoneses, porque é moldado e prensado com a palma das mãos e vale como um abraço. Também dizem que o oniguiri é do tamanho do coração de quem prepara. A boa notícia é que agora tem um delivery de oniguiri. E para acompanhar, tsukemonos, as conservas japonesas, presente em 100% dos lares japoneses. A nova start-up, chamada OYAKO TSUKEMONO (Oyako significa pai e filho ou mãe e filho, quer coisa mais fraternal que isso?) e funciona exclusivamente pelo Instagram (não tem loja física). Lá tem o cardápio, você escolhe e agenda a entrega (no momento só às terças e sextas-feiras). Apesar da estrutura minúscula, o negócio já virou destaque até no Guia da Folha

Oniguiri de milho com maionese foi o nosso preferido. Ele vem grelhado, tem uma crocância gostosa por fora, mas dentro é bem úmido e muito delicioso. Foto: divulgação

Já testamos e aprovamos os oniguiris e os tsukemonos. O oniguiri vem sempre embalado em folha de alga nori, que permanece crocante com a super inventiva embalagem importada, que protege a alga da umidade do arroz. E é super fácil abrir. Basta puxar a tira vermelha que a embalagem se divide em dois. Daí é só só puxar as folhas de plástico e o seu oniguiri sai pronto para comer. Dá uma conferida neste video

Difícil escolher entre as váras opções de oniguiri. Todos chegam envoltos com a folha de alga nori, devidamente isolada para não pegar a umidade do arroz. Foto: divulgação

O oniguiri é uma ótima opção para um lanchinho, inclusive para levar como marmita ou uma refeição de emergência. Testamos também uma seleção de tsukemonos. Todos têm um tempero de amorosidade. Ficamos especialmente impressionados com o de chuchu. Neste mês de outubro estão lançando uma beringela no missô, uma conserva que combina a crocância da beringela frita com a pasta de soja fermentada. 

Tsukemono de chuchu, viramos fã !! Foto: divulgação
Tsukemono de pepino, muito leve e refrescante, vem com um leve toque de pimenta. Foto: divulgação
A diversão é pedir um pouquinho de cada para experimentar. Cada tsukemono tem um sabor próprio. Foto: divulgação

Mas a novidade que a Oyako Tsukemono lança é o Oniguirazu, uma espécie de antítese do oniguiri. O significado da palavra Oniguirazu é esse mesmo: um não-oniguiri. A novidade, que foi lançada no Japão há cerca de cinco anos é uma espécie de sanduíche de arroz. Diferente do oniguiri, no oniguirazu, o arroz não é prensado. O recheio é embrulhado com duas camadas de arroz. 

Para o mês de outubro, o Oyako Tsukemono oferece dois recheios para o oniguirazu: um Tonkatsu (milanesa de porco) com molho de maionese com wasabi (a loja promete um “punch” neste tempero!) e o de berinjela no missô grelhada, usa como ingrediente principal o nosso tsukemono do mês. Foto: divulgação

O “batismo” da invenção teria sido feito na revista Cook Pad, em janeiro de 2015 e logo virou sensação. Mas muito antes disso, um mangá chamado “Cooking Papa“, de Ueyama Tochi, já tinha dado este nome ao bolinho em novo formato. A estória era assim: um pai estava com sua esposa na maternidade porque tinha tido mais um filho. O filho maior estava atrasado para a escola, e o pai, não acostumado a preparar a marmita, resolve arregaçar as mangas, e prepara o obentô em cinco minutos. Espalhou arroz que sobrou da janta, cortou o que tinha na geladeira para o recheio, tampou com mais arroz por cima e embrulhou tudo com a folha de alga. O mangá é bem didático e dá até um tutorial de como preparar o oniguirazu. Isso foi em 1990, mas o boom mesmo aconteceu há cinco anos, quando as lojas de conveniência e os setores de alimentos prontos dos grandes magazines começaram a oferecer esta opção para viagem. 

Página do manga Cooking Papa, de 1990: precursor do oniguirazu

Há muitas vantagens se comparado com o oniguiri. Por exemplo, exige-se menos destreza manual. Cooking Papa é prova disso. Tudo é feito sobre uma tábua e é tão fácil quanto montar um sanduíche caprichado. Outra vantagem é a possibilidade de se criar recheios bem mais diversificados. E não há regras: vale tudo mesmo. 

Olha essa marmita só com oniguirazu !! Delícia refrescante !!

O Jojo Lab acabou sem querer, inovando e dando o primeiro passo e pode ser considerado o lançador da ideia em terras brasileiras. Aconteceu no evento Asa-Rá, café da manhã com ramen, onde a estrela era o ramen, mas chamou a atenção do público, o oniguirazu que acompanhou o combo. Ele veio recheado com frango karaague bem crocante, molho tártaro e nabos curtidos em lâminas, com arroz envolto numa alga bem crocante. Isso foi em outubro de 2019 e merece um repeteco. 

Oniguirazu do Jojo Lab: pedaços crocantes de frango karaague. Foto: Jojoscope

Você pode variar o recheio e aí quem manda é a sua imaginação. Já vimos com camarão empanado com maionese e folhas de alface, atum em conserva com folhas de shissô, omelete, tonkatsu (porco à milanesa) , salsicha com molho picante, presunto com queijo prato e alface e por aí vai. Dá para preparar uma opção totalmente vegetariana ou vegana, caprichando nos molhos, que só não podem ser muito líquidos. 

Muitos chamam o oniguirazu de “sanduíche de arroz”, porque na verdade, são duas camadas de arroz e o recheio, embrulhados com alga nori. Veja um tutorial de como montar um oniguirazu em casa, com corned-beef.

 

 

Seu oniguirazu pode ficar melhor ainda com molhos como o vinagrete.

*Onigirazu: é a grafia no sistema Hepburn, adotado em língua inglesa, quando o “gi” é pronunciado “gui”. Aqui nesta matéria adotamos o aportuguesamento, “oniguirazu“, torcendo para que esta receita fique popular por aqui também. 

SERVIÇO: 
OYAKO TSUKEMONO no Instagram e no Facebook
Pedidos pelo whatsapp: 11 95044-5554
Cardápio :
tsukemono (a partir de R$ 6,00/100 gramas), oniguiri (a partir de R$ 7,00/branco). Tem combos com oniguiri e tsukemono (a partir de R$ 13,00) 
Taxa de entrega: R$ 10,00 (até 5 km a partir da Aclimação/São Paulo). 

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