Muitos brasileiros em sua primeira viagem ao Japão se surpreendem que não existe temakeria no Japão. Até existe, mas são muito poucas. Há razões para isso. O temaki no Japão é um prato que se prepara em festas em casa, quando se reúne amigos. Prepara-se o arroz, e os recheios são dispostos num prato grande para que cada um monte o seu, a seu gosto. Antigamente, o temaki era pedido por apostadores de jogos de azar. Pela facilidade de comer, podia-se continuar jogando, enquanto se dava uns bocados no cone (ou no cilindro, que é mais comum por lá). Também o pessoal do balcão de sushi comia os restos e aparas dos recheios, envolto com o arroz que sobrou. Por isso, nunca entrou no cardápio das casas de sushi, por ser, digamos, a refeição dos funcionários.
A moda do temaki foi difundida primeiro na Califórnia, juntamente com a introdução de elementos estranhos aos originais, como o abacate, a manga, o morango e o kiwi. Isso no início dos anos 1980. Cenas de atores comendo sushi viraram comuns nos filmes e séries americanas e aí a moda pegou. Não tardou a chegar ao Brasil, para deflagrar o grande boom da culinária japonesa por aqui. Foi quando os restaurantes japoneses saíram definitivamente do reduto tradicional do bairro da Liberdade, em São Paulo, para conquistarem fãs em bairros nobres como os Jardins e Itaim Bibi, duas das regiões com a maior concentração de cozinha japonesa na cidade. E se alastraram Brasil afora, com tanta intensidade, que a chef Ana Luiza Trajano, do Brasil a Gosto, constatou perplexa, em suas pesquisas sobre gastronomia brasileira regional, que restaurantes japoneses existiam até em rincões de Roraima e Acre, em detrimento de estabelecimentos de cozinha local, praticamente inexistentes.
Em pouco tempo, o temaki virou instituição brasileira por excelência e ai de restaurante japa que não tivesse temaki. Como que não se contentando com isso, passou a invadir o buffet frio das churrascarias (aqui também, ai da churrascaria que não servisse sushi). Até em mercearias chiques e nos hortifruti de bairro o temaki (e os sushi de uma forma geral) marcam presença.
O Jornal Nexo resolveu ir a fundo na pesquisa. E convidou a chef Telma Shiraishi, Embaixadora da Culinária Japonesa no Brasil, e Jo Takahashi, produtor cultural para dissecar o assunto. O resultado ficou leve e bem recheado de informações, por conta das pesquisas que a Nexo fez. Confira lá, clicando em qualquer imagem abaixo.
A íntegra da matéria da Nexo você vê AQUI.
