Vamos falar de celebração?
Celebrar a vida da coleção outono/inverno 2021 de Kenzo. Sim !! O falecimento de Kenzo Takada no final do ano passado deixou o mundo da moda mais triste e sem luz. Especialmente para Felipe Oliveira Baptista, diretor de arte da grife Kenzo. Ele estava justamente no processo de produção da nova coleção outono/inverno 2021. Por isso, viabilizar a coleção, mesmo sem a presença física do mestre foi um grande desafio. Com a ajuda do fotógrafo e cineasta Oliver Hadlee Pearch, Baptista transformou a coleção em um filme artístico.
Baptista se manteve solene e reverente ao mestre e ao seu legado. Ele próprio fez uma retrospectiva íntima da obra de Kenzo, assistindo a todos os videos dos desfiles de Kenzo, de 1978 a 1985. Sabia de cor todos os detalhes das roupas e coleções, conhecia as fotos e desenhos. Mas transformá-los em movimento deu uma nova vida a este acervo. Baptista parecia criar um universo totalmente livre, sem dogmas, preconceitos e muito menos estereótipos. Movimentos ganharam novas narrativas. Kenzo era a liberdade em pessoa e a marca sempre inspirava alegria, diversidade, um amor incondicional à natureza. Um dos diferenciais de Kenzo foi a criação de harmonia por meio de contrastes. Nesta coleção, Baptista introduziu estes contrastes com toda a exuberância. Afinal, era uma celebração.
O espírito de festa contagiou os modelos e era o esperado por Baptista e Pearch. O desfile se transformou em um passeio livre e estado de graça. Orgânico, lúdico, solto, sensual, libertário. Foi até um protesto contra o esquema da moda nos últimos tempos, pautado em desenhos previsíveis e discursos vazios. A coleção mostrou peças de arquivo da criação de Kenzo e também de Baptista.
Uma festa de celebração, um banquete imaginário. O que é isso senão, a vida? O melhor é se deleitar com as imagens e videos que mostramos a seguir.
Fotos: Vogue | FFW | Fashion Network Clique nas fotos para ampliar.
