Junko Koshino de volta à Revista Caras. Na Edição 1015, de 18 de Abril de 2013.

Muitos dizem que suas vidas renderiam uma novela. Mas apenas uma minoria, de fato, se tornaria tema de um folhetim na TV. Junko Koshino (73) integra este pequeno grupo. A estilista japonesa perdeu o pai ainda jovem e coube à mãe, a costureira Ayako Koshion, criar as três filhas: ela, Hiroko e Mishiko. Adultas, as três se tornaram grandes nomes da moda japonesa. Junko, um ícone internacional. Após o sucesso no Japão, abriu lojas em Paris, Nova York, China e diversos países da Ásia. De 1978 a 2000, desfilou na semana de moda francesa, criou uniformes para companhias aéreas, equipes de futebol, polo e até da F1. Também desenhou o figurino de óperas como Madame Butterfly e A Flauta Mágica e foi indicada ao Prêmio Tony pelo trabalho em Pacific Overture, na Broadway.

Recentemente, descobriu nova paixão, o Brasil. Após viagem ao País, em 2011, encantou-se pelos brasileiros e passou a vir com constância. Em fevereiro, desenhou roupas e adereços de ala da escola de samba de SP Barroca Zona Sul. Os bastidores do trabalho de Junko com a comunidade foi gravado para documentário da TV japonesa. Em novembro, a estilista volta ao Brasil para abrir a exposição Opa! Uma Alegre Revelação, no Instituto Tomie Ohtake, em SP, que une a sua obra a do artista plástico japonês Go Yayanagi (80).
– Como consegue criar para áreas tão diferentes?
– Quando se fala em moda, se pensa em roupa. Penso em design. Moda é algo maior. Desenho roupas, mas também uniformes de time de beisebol e até de sumô. Moda é transgredir fronteiras. Seja de países, de gêneros ou de formas.
– Sua exposição une moda e arte. A intenção é transgredir?
– Eu queria ser pintora. Amo pintar. Pintura é extensão da moda, são complementares, transgressoras. Geram o novo. Japoneses são curiosos, gostam do novo.

– Por que ama o Brasil?
– O brasileiro não é escravo da agilidade e tem uma ‘margem de manobra’ que permite a criatividade. Japonês tem de saber tudo nos detalhes. Atingimos no Japão um grau de excelência na prestação de serviços em todas as áreas, mas nos dizem até como devemos pegar o metrô. Isso fragiliza a pessoa. Nos tornamos menos criativos. Gosto da liberdade dos brasileiros.
Agora vejam algumas fotos do making of desta matéria assinada por Guilherme Ravache.





