Tudo pronto para o lançamento de A COR DO SABOR: A Culinária Afetiva de Shin Koike

Foram dois anos de preparação de material, entre pesquisas, conversas, visita à cozinha, e claro, degustações. Até o livro tomar forma, isso por volta de meados de 2011, tudo ainda era um mistério, e a única certeza de que a concepção do livro exigia uma dedicação integral. O fato é que o material tinha que ser colhido nas reticências das palavras do chef Shin Koike, uma fonte inesgotável de inspirações gastronômicas, mas sem nenhuma didática no registro de suas receitas, e muito menos nas justificativas para suas criações. Afinal, era com um artista que o autor estava tratando, não com um cozinheiro que segue manuais. Mas é dessa licença poética de seus vôos libertários é que o livro iria falar. O livro “A Cor do Sabor: Uma Culinária Afetiva de Shin Koike” já nasceu assim: não para falar de receitas, mas sim de posturas, de filosofias, de constatações e experiências. Tudo foi um grande risco, pois não havia uma equação, e por conseguinte, um resultado a ser alcançado. A expedição gastronômica a Ilha Grande, denominado Eatrip, Eat de comer e Trip de viajar, mais pareceu um desafio de sobrevivência, onde o chef Shin Koike foi convidado a cozinhar para 15 participantes, sem o conforto de sua logística e sem a abundância de ingredientes que normalmente tem à mão. Os ingredientes em sua maioria, teriam que ser colhidos, pescados e capturados na Ilha, para serem servidos com habilidosas receitas criadas lá mesmo, para serem servidos como um trabalho autoral e em sintonia com a natureza. Veja no livro todos os detalhes desta fantástica expedição.

Eatrip: uma expedição gastronômica fascinante, mereceu o maior capítulo do livro.
Shin colhendo broto de bambu para o banquete da tripulação Eatrip.

O livro foi pensado com vários recortes. Shin na cozinha. Shin no dia a dia. Shin conversando com amigos, e gente que lhe inspirassem. Selecionamos três para um bate papo, que às vezes ocupou uma tarde toda. Com o hair designer Hideaki Iijima, o assunto foi sobre cortes. Iijima fala de tesouras e Shin fala de suas facas. Para ambos, estes instrumentos são mais do que profissionais. São a alma de seu ofício. E o que vieram fazer estes dois japoneses meio outsiders, no Brasil? O que eles almejavam? Iijima lembra que tanto ele como Shin não podem ser considerados imigrantes. Eles já tinham uma carreira consolidada no Japão e poderiam viver bem por lá. Só que os dois são meio forasteiros e inquietos. Trocaram a segurança por algo incerto, mas que lhes dessem o prazer de desbravar novos desafios, sem a ajuda da família. E conseguiram implantar aqui no Brasil, uma nova maneira de trabalhar. Novos olhares, que para quem trabalha com eles, est]ao disponíveis no dia a dia.

Hideaki Iijima, o mago das tesouras, cumprimenta Shin Koike, o monge da gastronomia.

Já com Ed Motta, o papo, claro, foi música, como não podia deixar de ser, mas descobrimos uma nova faceta de Ed, talvez o maior colecionador de discos de vinil do Brasil e um dos maiores do mundo. Ele tem uma respeitável coleção de discos japoneses, jazz em sua maioria, adquiridos no Japão. E Ed é grande admirador da culinária do chef Shin Koike. O que não sabiamos é que a admiração era recíproca.

A conversa rolou a tarde toda, com Ed Motta.

E com Kimi Nii, falamos de interação. Duas artes que se complementam. O vazio nas cerâmicas de Kimi é sabiamente preenchido pelas receitas criativas de Shin Koike. Numa visita para escolher cerâmicas que Shin iria levar para Ilha Grande, percebemos que nada é ensaiado nessa junção. Cada proposta tem sua integridade, mas ao se unirem estabelecem novos vetores de criação, e a obra dupla se multiplica em grandes sabores.

Shin e Kimi: uma complementariedade de artes.

Tatewaki Nio foi o responsável por registrar cada momento deste projeto. Com seu olhar preciso, minucioso, delicado, em muitas ocasiões ele se comportou como sombra, para poder detectar o melhor instante. Para não interferir no trabalho do chef Shin, a câmera muitas vezes ficou posicionada bem longe e dessa “ausência-presença” foi possível registrar o mundo mais intimista do chef. No final dos trabalhos, foram contabilizados 8.000 imagens. Destes, numa primeira seleção do fotógrafo, foram reservados 200 imagens, e daí para as 100 fotos que iriam ser estampadas no livro.

Grande distância para registrar o mundo íntimo do chef Shin.
Shin e os insumos. Tatewaki Nio não deixa escapar nem um fragmento. A assistente de produção Liliana Granja Morais anota tudo, para posterior checagem e obtenção de direitos de uso de imagem.

As imagens de Nio ganharam uma amplitude gráfica, delicada mas por vezes ousada, mas nunca invasiva. Iniciava-se o trabalho da artista gráfica Erika Kamogawa, da EkoDesign&Interactive, que já assinou o design gráfico de livros como  “O Ganso Marisco e outros papos de cozinha“, de Breno Lerner, que recebeu o Gourmand World CookBook Award 2012 na categoria Literatura Culinária como primeiro colocado.  Foi de Erika também o desenho do livro “Bistrô e Trattoria – Cozinhas da Alma“, ambos publicados pela Editora Melhoramentos. Em A Cor do Sabor, o leitor terá a oportunidade de fazer leituras paralelas: além de texto que conduz as ideias, Erika conduz, de uma maneira subliminar a interação entre texto e imagens, e até por vezes, arriscando suas interpretações em linguagem gráfica. Tudo de uma forma sutil e encantadora.

Erika Kamogawa anota atenciosamente os conceitos que o fotógrafo Tatewaki Nio tentou transmitir em suas imagens

E o que seria deste projeto, não fosse o acolhimento generoso da Editora Melhoramentos, que estendeu todo seu apoio editorial e transformou em realidade este sonho que nos dominou por dois longos anos. Nossa gratidão ao superintendente da editora, Breno Lerner, e à Clarice Lima, do editorial, que nos conduziram, no melhor conceito de afetividade, a dar forma às nossas caóticas intenções. E foi iniciada uma exaustiva ação de revisão dos originais, capitaneada por Vivian Milano. Após o livro já virar realidade, uma nova equipe entrou em ação para cuidar do lançamento, a do Marketing, com Ana Carolina da Cruz e Cristiana Medeiros Dalacorte.

Chef Shin Koike folheia página por página, o primeiro exemplar que tinha acabado de chegar da gráfica, sendo entregue por Clarice Lima.

Foi um projeto de grandes proporções. Na produção, o livro teve o patrocínio da Kikkoman, Yamaha do Brasil, Fundação Kunito Miyasaka e a própria Dô Cultural, produtora do autor. E na produção gráfica, o patrocínio incondicional da Melhoramentos, que não economizou esforços para viabilizar um produto de altíssima qualidade gráfica e editorial.

E para o lançamento oficial, que será no dia 27 de Novembro, terça feira, a partir das 18h30 na Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1731 São Paulo), os patrocínios são da: Zendai, Kikkoman, Restaurante Aizomê e Heineken. Todos os que participarem do lançamento receberão brindes exclusivos ao adquirirem o livro nesta data.

E a mídia já dando destaque ! Este é o artigo que acaba de sair na Veja em São Paulo, com texto assinado por Arnaldo Lorençato.

Clique na imagem para ampliar

 

A Cor do Sabor – A Culinária Afetiva de Shin Koike

Jo Takahashi

272 páginas / 21cm x 28cm/ Cartonado / R$120,00

Editora Melhoramentos, 2012

 

 

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