Sabadão Musical: MIHO NOBUZANE

Foto: Samuel W. Elijah

O Sabadão Musical apresenta hoje uma pianista japonesa radicada em Nova York: MIHO NOBUZANE.

Ela tem uma pegada boa no jazz piano, uma ginga de samba, e transita por ritmos latinos com uma elegante desenvoltura. Mora em Nova York, mas sua formação é japonesa. Nasceu em Osaka, e começou a estudar piano clássico com 4 anos. Apesar de ser formada em piano clássico pela Kobe Yamate Woman’s Junior College, Miho foi seduzida pela liberdade do jazz. Em 1996  embarcou para Nova York, com cara e coragem,  e lá ela acabou conhecendo, – quem diria – os ritmos brasileiros. Em 2007 ela mesma produziu seu álbum MAKE YOU HAPPY: Super Grooving Brazilian Jazz. Este CD foi indicado por Saul Savarce um dos Top 10 de 2007 na categoria.  A Jazz Improv Magazine, de março de 2008 dedicou uma resenha, assinada pelo famoso crítico de jazz Clive Griffin, enaltecendo sua entrada triunfal no mundo do jazz, como pianista, compositora e arranjadora.

Miho foi apresentada para Jojoscope pela maravilhosa cantora Adyel Silva (ouça a Adyel aqui).

Apesar de sua queda pela música brasileira, Miho ainda é pouco conhecida no Brasil. Por isso, Jojoscope dá o destaque pra Miho neste Sabadão Musical.

Aqui, tocando “Ray”, lindo arranjo, com o Samba Jazz Trio, no Royak Horse, em Osaka, Japão.

Miho deu uma entrevista exclusiva para Jojoscope, esta semana.

Jojo: Miho, você é nascida em Osaka mas sua base agora é Nova York. Para tocar jazz é fundamental você estar nos Estados Unidos?

Miho: Em Osaka também tocava jazz-piano mas decidi morar em Nova York, para estar cercada de uma ambientação que me permitisse mergulhar no verdadeiro universo do som do jazz. Eu acreditava que com essa vivência meu som passaria por mudanças, que se alinhassem mais os acordes do jazz. E eu acho que consegui chegar nisso.

Jojo: Você tem uma pegada de ritmos brasileiros. Seu círculo de amizade envolve músicos brasileiros em Nova York?

Miho: Eu vim para Nova York há 14 anos mas logo no início pude trabalhar com músicos brasileiros. Eles me chamaram para trabalhar, participando de várias apresentações e fui me familiarizando com os ritmos brasileiros. Além do samba-jazz e da bossa nova, toco ritmos afrobrasileiros, pagode, forró, músicas de carnaval. Mesmo morando em Nova York, sou feliz em ter contato constante com músicos brasileiros. O que facilitou esse entrosamento foi que, mesmo lá em Osaka já gostava de música brasileira e já tocava com bandas de samba jazz e bossa nova. O que aprendi com os músicos brasileiros aqui em Nova York não tem tamanho.

Jojo: E quais são suas preferências de músicos brasileiros?

Miho: São incontáveis, são tantos os músicos brasileiros que adoro… Bom, vou arriscar só alguns: Joyce, Djavan, Jobim, Eliane Elias, Tania Maria, Milton Nascimento, Toninho Horta, Joao Donato, Caetano Veloso, Joao Bosco, Filo Machado, Leny Andrade… A pegada de samba no piano tive uma forte influência de Cesar Camargo Mariano.

Capa do seu primeiro álbum

Jojo: E você gostaria um dia de vir tocar aqui no Brasil ? E se isso se realizar, com quem gostaria de tocar?

Miho: Nossa, isso é um sonho, é claro que adoraria ir para o Brasil!  Estou produzindo meu segundo álbum neste momento, e convidei o fantástico cantor e violonista Filó Machado, que mora em São Paulo, para três faixas. A experiência foi tão boa, que quero aproveitar a ida ao Brasil para dar continuidade a esta parceria. E se for possível, adoraria trabalhar com a cantora, compositora e violonista Joyce, a quem admiro demais. E mais um sonho: um dia tocar com Djavan!

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