Mari Hirata era jornalista de formação, mas o destino a encaminhou para o mundo gastronômico. Filha do político João Sussumu Hirata (deputado federal por três mandatos consecutivos, de 1963 a 1975), e irmã da filósofa Helena Hirata, especialista em sociologia do trabalho e do gênero e professora da Universidade de Paris, vivia no Japão há pouco mais de 20 anos, onde dava consultoria de culinária brasileira para senhoras japonesas e fazia tours gastronômicos para brasileiros que queriam conhecer o melhor da culinária japonesa em Tokyo. Era casada com o chef patisseur Hisao Sato, da Toraya, tradicional casa de wagashi, doces japoneses, hoje administrada pela 17ª geração desde a sua fundação, no início do século 16, em Kyoto.
Quando seu marido foi transferido para Paris, para abrir o Café Toraya, Mari foi junto, e lá aproveitou para fazer um curso no Le Cordon Bleu, onde se destacou como brilhante aluna. Foi com essa formação que Mari passou a atuar como chef e pesquisadora de gastronomia. Tem dois livros publicados. Minha Cozinha Japonesa (Publifolha, 2008) e Mari Hirata Sensei, esta de autoria de Haydée Belda, e publicada pela Editora Beï, 2016, já em segunda edição.
Em 2018, atende ao pedido da ceramista Hideko Honma, para integrar o time de cozinheiros para a 12ª Edição do evento beneficiente Sukiyaki do Bem, realizado no Tivoli Hotel. Lá, na companhia de outros chefs, como Telma Shiraishi, André Saburó, William Ribeiro, Kazuo Harada, Satoshi Kaneko, produz um arroz com raízes brasileiras, envoltas com folha de sassá (bambu japonês).
Mari sofria de câncer no pâncreas, há nove meses, mas não anunciou seu estado para alarmar ninguém. Morreu em casa, na companhia de seu marido e seus dois filhos, no domingo, 30 de maio.
Dentre as inúmeras matérias que foram publicadas em memória a Mari Hirata destacamos: